quinta-feira, 16 de abril de 2015

Hoje acordei com uma sensação de que tudo é muito igual e que tomara que chegue logo o feriado. O feriado é promessa de dias maravilhosos, sem pressa, sem horário, dia de ócio, dia de cuidar de mim mesmo. Mas, o feriado chega e vai embora com a mesma velocidade e eu estou sempre comigo onde quer que eu vá. Eu tenho expectativas grandes sobre tudo e todos; eu espero muito mais do que realmente acontece. Planejo, espero, me preparo e ...pronto já o dia seguinte do tão esperado dia. Que compulsão é essa que não me deixa aproveitar o momento e me impulsiona ao próximo evento? Que ansiedade é essa que não cessa, deixa o coração aos pulos e sempre me faz pensar mais do que minha mente consegue administrar? Ás vezes ,em conversa comigo mesmo, e digo que assim não é possível, que é melhor parar. Tento aquietar minha mente e quando não percebo já estou, de novo, a falar. Acordo pela manhã e me acho a pessoa mais feliz do mundo, relembro as bênçãos, as vitorias e os bônus que a vida nos oferece. O dia vai passando e o peso da convivência cai sobre as costas de maneira impiedosa, reclamações, desabafos, negativismo... ah como não suporto essas formas escolhidas para viver, são nocivas, perniciosas, contagiosas. Então, saio pra rua e vejo uma pedra com formato interessante, um brisa que derruba folhas, o azul incrivelmente belo do céu de outono, compro um picolé, entro num galpão que vende flores, imagino uma nova decoração para aquele cantinho sem sol e...já esqueci que estava chateado. A vida continua e vêm outros desafios e a fila anda e já não há mais espaço para o egoísmo; Alguém precisa de uma palavra de incentivo, alguém precisa de ajuda e não posso me negar, escolho servir e digo palavras que até eu me animo. O tempo já é outro, agora o tempo é se tornar aluno e aprender, aprender a observar e reproduzir o que me esta sendo proposto e um pouco mais tarde o tempo é de ser marido e pai. O cachorro pede atenção e do que eu estava falando mesmo? Ah, tá na hora de dormir e descansar. 

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