terça-feira, 16 de junho de 2015

UM TEMPO DE VIDA

Hoje me lembrei com saudade de um tempo da minha vida que ficou pra trás; Um tempo em que a cidade de São Paulo se tornou pequena para cada um de nos que fazíamos parte daquele movimento. Tínhamos o sonho no coração que mantinha a chama da juventude dentro de nos e no sustentava nas lutas e provações de cada desafio. Tínhamos o sonho de ver  o mundo evangelizado na nossa geração. Acreditávamos que cada oportunidade não deveria ser desprezada, cada pessoa que passasse pelo nosso caminho deveria saber do amor de Deus. O Ide de Jesus não era questionado, era obedecido. Frequentávamos Morumbi e Paraisopolis, Avenida Santo Amaro e Brigadeiro Faria Lima, Shopping Ibirapuera e a feira livre do Capão. Tanto fazia se o convite dos irmãos era para ir ver “ O Barbeiro de Sevilha” no Teatro Municipal ou comer tapioca na lage da casa de um dos irmãos lá perto da padaria “menininha” no Jardim Nakamura, o nosso objetivo era a comunhão e encontrar um pretexto para estudar a Bíblia com alguém. Tínhamos sonhos grandes e realizávamos; doamos sangue para a Cidade de São Paulo num grande evento, fizemos um show grandioso no Sesc Interlagos, Cultos no Ginásio maior do Ibirapuera e outros grandes eventos mas, com o enfoque somente no “IDE” de Jesus. Nossos feriados eram comemorados nos parques da cidade; Conhecemos quase todos e deixamos marcas ali; Recolhíamos o lixo onde nos reuníamos. Éramos politicamente corretos. Aprendemos a nos reunir todos os dias e sempre tínhamos algo para comer juntos. Amizades eram “pra valer”, não nos permitíamos fofocas, maledicências, inimizade,divorcio, traição, mentira.... A Bíblia não permite e nos obedecíamos sem questionar. Até quando viajávamos ou nos reuníamos com nossas famílias tínhamos o objetivo de salvar vidas. Lembro dos lideres, homens e mulheres de Deus que marcaram nossas vidas, pessoas que nos influenciaram e nos tornaram melhores. Éramos criticados até pelos nossos parente, mas não ligávamos pois isso era bíblico. Tínhamos orgulho de ser diferentes. Orgulho. Acho que foi esse um problema que no atingiu. Começamos a nos achar únicos e absolutos. Deus humilha os orgulhosos. Hoje estamos espalhados, perderam-se no caminho, outros não quiseram mais continuar e voltaram atrás.Outros mantém-se  firmes e continuam na batalha onde quer que estejam. Hoje sabemos que Deus nos quer onde quer que estejamos e não aceita a mediocridade do nosso louvor e nossa adoração.O IDE de Jesus é o mesmo e continua sendo “por todo o mundo”. A Cidade não importa se ela faz parte do mundo. As amizades formadas naqueles dias não se dissolveram, apenas se distanciaram fisicamente e temos sempre muito a conversar. Hoje o tempo é outro e somos o que somos por causa das experiências acumuladas. Assim é a vida , dinâmica e cheia de historias que formam o nosso repertorio de lembranças. Um dia de cada vez é o lema, até Jesus voltar.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Hoje acordei com uma sensação de que tudo é muito igual e que tomara que chegue logo o feriado. O feriado é promessa de dias maravilhosos, sem pressa, sem horário, dia de ócio, dia de cuidar de mim mesmo. Mas, o feriado chega e vai embora com a mesma velocidade e eu estou sempre comigo onde quer que eu vá. Eu tenho expectativas grandes sobre tudo e todos; eu espero muito mais do que realmente acontece. Planejo, espero, me preparo e ...pronto já o dia seguinte do tão esperado dia. Que compulsão é essa que não me deixa aproveitar o momento e me impulsiona ao próximo evento? Que ansiedade é essa que não cessa, deixa o coração aos pulos e sempre me faz pensar mais do que minha mente consegue administrar? Ás vezes ,em conversa comigo mesmo, e digo que assim não é possível, que é melhor parar. Tento aquietar minha mente e quando não percebo já estou, de novo, a falar. Acordo pela manhã e me acho a pessoa mais feliz do mundo, relembro as bênçãos, as vitorias e os bônus que a vida nos oferece. O dia vai passando e o peso da convivência cai sobre as costas de maneira impiedosa, reclamações, desabafos, negativismo... ah como não suporto essas formas escolhidas para viver, são nocivas, perniciosas, contagiosas. Então, saio pra rua e vejo uma pedra com formato interessante, um brisa que derruba folhas, o azul incrivelmente belo do céu de outono, compro um picolé, entro num galpão que vende flores, imagino uma nova decoração para aquele cantinho sem sol e...já esqueci que estava chateado. A vida continua e vêm outros desafios e a fila anda e já não há mais espaço para o egoísmo; Alguém precisa de uma palavra de incentivo, alguém precisa de ajuda e não posso me negar, escolho servir e digo palavras que até eu me animo. O tempo já é outro, agora o tempo é se tornar aluno e aprender, aprender a observar e reproduzir o que me esta sendo proposto e um pouco mais tarde o tempo é de ser marido e pai. O cachorro pede atenção e do que eu estava falando mesmo? Ah, tá na hora de dormir e descansar. 

Eu não liguei

Bertolt Brecht (1898-1956) Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários ...