sábado, 19 de novembro de 2011

Agua cristalina

Eu estava lá fora olhando para elas enquanto o recreio acontecia. Elas correm sem parar. Elas descobrem mundos incríveis atrás dos arbustos. Vieram correndo me avisar que viram três gatinhos, recém nascidos escondidos na grama crescida depois de tanta chuva. Elas dizem que eles se esconderam atrás da cerca, perto das abelhas. Eles não tem medo de nada e têm medo de tudo. Acharam uma pomba morta dentro de um engradado de maçãs. E tem os caramujos, os cachorros que entram acompanhando alguma das crianças. è quase um zoológico.  Quando o sinal ecoa estridente  eles correm desesperadamente e gritam e saem em bandos pelo terreno afora à procura dos segredos escondidos pelos jardins. Cada descoberta merece comemoração e isso é feito com gritos e correria, quase um ritual; todos são chamados para ver a descoberta, são quase desbravadores. Em outro lugar alguns descobrem a velha brincadeira de pular-corda e aos gritos torcem pela figura miúda que se esforça para vencer o desafio.  Assistir esse espetáculo diário é quase igual ao ver a àgua cristalina descendo pelo penhasco, não se incomoda com nada e segue seu curso. Elas são assim, as crianças, brincam pulam, se divertem e não se importam com a a vida ao seu redor. Só um dia de cada vez e depois o sinal vai gritar que já chegou a hora de entrar e aprender coisas novas.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Chuva


A chuva cai copiosamente lá fora e eu a assisto na tela do meu computador. Queremos a chuva, esperamos por ela mas não saimos lá fora para recebe-la. Incoerencia. Queremos coisas que não queremos. O que queremos afinal?

Eu não liguei

Bertolt Brecht (1898-1956) Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários ...