quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


Não me lembro bem do meu embarque, só me lembro de algumas passagens. Lembro das brincadeiras, das visitas aos parentes. Lembro de algumas casas na beira desse caminho. Casas de varanda no alto com escada e corrimão. Casas de porão. Casa grande e espaçosa. Casas com quintais e pés de frutas. Hortas, pomares e jardins. Lembro da escola, do medo que sempre me acompanhava nessas incursões pelo mundo dos adultos. Lembro de alguns amigos que me acompanharam nesses processos. Lembro de um que chamava Tales. Nem sei porque me lembro, talvez pelo nome diferente. Lembro das atrocidades que as crianças cometem e que hoje se chama bulling. O tempo foi passando e as pessoas foram embarcando e desembarcando nessa viagem. Às vezes, só mudando de vagão por motivos vários: trabalho, religião, raça, sexo, busca de outros interesses e muitos outros motivos. Outras vezes eu mesmo quis tentar a viagem em outro vagão que me parecia mais interessante. Em certas ocasiões não houve escolha e fomos separados dos amigos e conhecidos. Assim, fomos conhecendo pessoas, colecionando amigos. Ganhando e perdendo numa atividade sem fim. Alguns hoje só habitam nossa mente num lugar chamado saudade. Temos a impressão de que nada mudou e que é só encontrar e tudo vai continuar igual. Ledo engano, às vezes forçamos esses encontros para chegar a triste conclusão de que o que havíamos construído era só para aquele momento e que teve um prazo de validade: Foi bom enquanto durou. Existem pessoas que moram na mente como se fossem parte de uma vida toda e que na verdade ocuparam somente um momento de nossas vidas e que, como outros que convivem hoje conosco, também farão parte desse rol de amigos, os amigos que foram importantes em nossa vida. Às vezes isso do; aprece na forma de um sonho, uma lembrança, uma frase, uma imagem amarelada pelo tempo. Às vezes ficamos com raiva, como se alguém tivesse sabotado o script da nossa vida. Não isso não é verdade, não somos autores únicos de nossa história. Nossa historia é construída de várias historias e cada uma delas com vários desfechos. Somos atores de cenas isoladas que se juntam e formam um grande espetáculo. Às vezes drama e as vezes comédia, mas sempre um dia de cada vez.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

É preciso esforço


É preciso esforço

Certo dia, um homem caminhava por uma estrada deserta, quando começou a sentir fome. Não estava prevenido, pois não sabia que a distância a ser percorrida era tão longa.

Começou a prestar atenção na vegetação ao longo do caminho, na tentativa de encontrar alguma coisa para acalmar o estômago. De repente, notou que havia frutos maduros e suculentos em uma árvore. Aproximou-se, mas logo desanimou, pois a árvore era muito alta e os frutos inacessíveis.

Continuou andando e foi vencido pela fome e o cansaço. Sentou-se à beira do caminho e ficou ali, lamentando a sorte.

Não demorou muito e ele avistou outro viajante que vinha pelo mesmo caminho. Quando o viajante se aproximou, o homem notou que ele estava comendo os frutos saborosos que não pudera alcançar. Assim, perguntou-lhe:

- Amigo, que belos frutos você encontrou.

- É - respondeu o viajante - eu os encontrei no caminho. A natureza é pródiga em frutos suculentos.

- Mas você tem a pele machucada - observou o homem.

- Ah, mas isso não é nada! São apenas alguns arranhões que ficaram pelo esforço que fiz ao subir na árvore e colher os frutos.

E o homem, agora com mais fome ainda, ficou sentado, resmungando, de estômago vazio, enquanto o outro viajante seguiu em frente.

Alguns de nós também são assim... Ficam sentados, lamentando o sofrimento, mas não abrem mão da acomodação para sair em busca da solução. Esquecem que é preciso fazer esforços, lutar, persistir.

É muito comum ouvir pessoas gritando por um lugar ao sol, mas as que verdadeiramente querem um lugar ao sol trazem algumas queimaduras, fruto da luta pelo ideal que almejam.

Outras, mais acomodadas, dizem que “Deus alimenta até mesmo os pássaros. Por que não haveria de providenciar o de que necessitam?“ Essas estão certas, em parte, pois se é verdade que Deus dá alimento aos pássaros, também é certo que ele não o joga dentro do ninho.

O trabalho de busca pelo alimento é por conta de cada pássaro, e muitas vezes isso não é fácil. Há situações em que eles se arriscam e até saem com alguns arranhões.

Buscar é movimento, é esforço, é ação. No entanto, é preciso saber o que se busca e por qual porta desejamos entrar.

Ainda aí, nossa escolha é totalmente livre. Nossa vontade é que nos conduzirá aonde queremos chegar. Sendo assim, façamos a nossa escolha e optemos por chegar lá, e chegar bem.


(autor desconhecido)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Renovar-se todo dia

Semana dura. Desafios, lutas, guerra contra o querer e o precisar fazer. Vontade de parar e nenhuma chance disso acontecer.
Todos os dias o relógio desperta e sem muito pensar já é  outro dia. O mesmo percurso, o mesmo calor, o pão de queijo e o café, o bom-dia e os comentários sem muita profundidade.
Decisões diárias: chutar- o -pau-da barraca ou se amoldar?  Olhando os compromissos diarios na agenda e  as possibilidades de se tornar Bilionare e ser entrevistado no Oprah Winfrey quase não existirem é melhor se render ao sistema .
Assim é viver, ir em frente cumprindo o que a vida nos oferece e propõe. Às vezes  são pequenos desafios e outras vezes nos parece que não vamos conseguir vencer. Então vamos  fazendo um Check list nas tarefas diárias e sem perceber já estamos em outro patamar e aqueles desafios dantes tidos como impossíveis se tornaram em conhecimento adquirido. Assim é viver um dia de cada vez. O conhecimento deve ser buscado dia após dia, num trabalho constante como o das formigas, não se fornece grandes quantidades, só a dose diária. 
Quando sabemos usar o conhecimento ele passa a ser nosso e podemos usa-lo outras vezes e quando não usamos corretamente ele se perde e não nos serve para nada. Conhecimento vem no mesmo Kit da busca, do trabalho do entusiasmo e da pratica.  Nunca será nosso se não nos apropriarmos dele. Ele está ai, é só lançar mão. Não podemos lamentar perdas, temos que aprender com o erro e arriscar com o novo. Nem sempre ganhando , nem sempre perdendo mas aprendendo a jogar.  Desistir não nos ajuda em nada. A diferença entre o perdedor e o ganhador às vezes são só alguns segundo a mais de esforço.   A sensação de vitória é pessoal e intransferível.è aquele gostinho de estar de bem com a vida  e que venho até remoçando me pego cantando sem mais nem porque.  Para alguns isso se chama euforia e para outros chama-se maturidade.
Então valeu, vamos em frente.

Eu não liguei

Bertolt Brecht (1898-1956) Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários ...